
– Mesmo jogando em casa, o Criciúma
armou uma forte retranca para enfrentar o líder do Brasileirão e conseguiu
parar o Cruzeiro. O empate sem gols, na noite deste sábado, no Estádio
Heriberto Hülse, no interior catarinense, foi o segundo consecutivo da equipe
celeste, que não conseguiu vencer nenhum dos seus dois jogos seguidos como
visitante. O clube mineiro foi beneficiado pelo empate do Fluminense com o
Coritiba, em 1 a 1, no Maracanã. Caso vencesse, o tricolor diminuiria para dois
pontos a diferença entre líder e vice, que era de cinco, após a 12ª rodada.
Como isso não aconteceu, o time mineiro tem quatro a mais que o segundo
colocado.
Agora, o time celeste terá de ‘secar’ o Internacional que
recebe o Grêmio, neste domingo, no Beira-Rio, e poderá chegar aos 28 pontos,
encostando no Cruzeiro, que soma 30, e assumindo a vice-liderança, em caso de
vitória. Apesar dos dois empates, a equipe cruzeirense chega a seis jogos sem
derrota. E não faltou vontade de vencer. Tanto que o técnico Marcelo Oliveira
colocou o atacante Dagoberto no lugar de Lucas Silva. Além disso, o clube
mineiro reclama da anulação de dois gols, que considera pelo menos duvidosos.
“É lamentável saber depois do jogo que o gol foi legítimo, não houve
impedimento”, afirmou Marcelo Oliveira, referindo-se ao gol anulado no segundo
tempo, marcado por Willian, após participação de Marcelo Moreno. Já o Criciúma,
parou o líder, avançou uma posição na classificação (é o 12º com 16 pontos),
mas segue sem vencer há quatro partidas, com dois empates e duas derrotas nesse
período.
As fases do jogo: Os momentos iniciais foram de pressão do
Criciúma, que encarou sem medo o líder do Brasileirão. A primeira chance4 de
gol foi da equipe catarinense, aos 8 min, por meio de Gustavo, que bateu para
fora. Os defensores cruzeirenses reclamaram a não marcação do atacante
adversário. Aos poucos, no entanto, o Cruzeiro conseguiu impor sua maior
categoria e assumiu o controle da partida. Marquinhos, aos 18 min, colocou a
bola nas redes, mas o lance foi invalidado por causa da marcação de falta de
Ricardo Goulart sobre Fábio Ferreira. O time anfitrião limitava-se a bolas
altas sobre a área, especialmente em cobranças de escanteios. O atual campeão
brasileiro chegava com facilidade ao ataque e desperdiçava chances, como duas
seguidas, com Ricardo Goulart, aos 25 min, ambas defendidas por Luiz. O jogo
era intensamente disputado e truncado. “Temos de passar por essa barreira que
eles fizeram e que não está fácil”, disse Everton Ribeiro, na saída para o
intervalo.
Os times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. A
exemplo da etapa anterior, esta fase se iniciou com o Criciúma ensaiando uma
pressão. A diferença é que o time da casa teve duas faltas próximas da área
adversária, nos primeiros 10 minutos. O veterano Paulo Baier, principal trunfo
do time catarinense nesse tipo de lance, cobrou mal as duas, desperdiçando boas
chances. Aos 15 min, o Cruzeiro teve outro gol anulado. Everton Ribeiro fez
bela jogada individual e acertou chute no travessão adversário, após o rebote,
Willian completou, mas não valeu. O Criciúma mostrava fragilidade ofensiva,
enquanto o Cruzeiro acuava o adversário e partia para o ataque em busca do gol,
principalmente, depois que Marcelo Oliveira colocou Dagoberto no lugar de Lucas
Silva, passando a jogar apenas com um volante típico: Nilton.
O melhor: Everton Ribeiro – Criou as melhores jogadas
ofensivas do Cruzeiro, utilizando toques rápidos para ligar contra-ataques, que
não foram bem aproveitados por seus companheiros. Fez ainda uma bela jogada
individual, no segundo tempo, que resultou em um dos dois gols anulados,
reclamados pelos jogadores cruzeirenses.
O pior: Paulo Baier – Principal esperança da criação de
jogadas de ataque do Criciúma, além de trunfo nas bolas paradas, o veterano
meia teve atuação apagada e não estava inspirado nas cobranças de escanteios e,
especialmente, de faltas. Além disso, demonstrou não ter gostado da substituição,
pouco antes dos 209 minutos do segundo tempo, quando cedeu vaga ao
ex-cruzeirense Lucca.
A chave do jogo: Retranca dos donos da casa – Melhor ataque
do Brasileirão, o Cruzeiro tem opções de sobre no seu setor ofensivo. No jogo
deste sábado, as três substituições feitas por Marcelo Oliveira foram ali, com
as entradas de Willian, Dagoberto e Alisson nos lugares de Marquinhos, Lucas
Silva e Marcelo Moreno. Mas, a retranca armada pelo técnico Wagner Lopes,
conseguiu segurar o empate sem gols.
Toque dos técnicos: Antes do começo da partida, Wagner Lopes
disse que o êxito do seu time dependeria do bom posicionamento e da ocupação de
espaços para anular a esperada movimentação ofensiva do líder. E o Criciúma
conseguiu, em grande parte do jogo, tirar os espaços do Cruzeiro, que, mesmo na
casa do adversário tinha a iniciativa das ações e tentava os toques rápidos,
com trocas de posições no ataque, para superar a forte marcação do oponente.
“Temos de competir muito”, observou Marcelo Oliveira, que orientou a sua equipe
o tempo todo para evitar que ela se sentisse “confortável” em campo e deixasse
o outro time gostar do jogo. Até o final da partida, o treinador ‘empurrou’ a
equipe mineira para tentar a vitória, não se contentando com o empate.
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